segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Amor Incondicional

A cidade estava deserta. Ninguém queria estar lá.

Uma única alma andava por aquelas ruas. Andava rumo à colina, cuja principal característica era o enorme salgueiro em seu topo. Reinava imponente sobre aquela terra silenciosa.

Essa alma tinha nome, e mais importante que isso, um objetivo. Matt tinha um encontro. Precisava chegar àquela colina a qualquer custo.

Ele iria gostar dela? Matt tinha certeza que sim. Tinha certeza de que ela seria a coisa mais bela que ele já havia visto.

Andava com a esperança que um inocente amante tem.

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As ruas desertas estavam cobertas de cartazes e pichações. Matt só lia as pichações porque os cartazes eram sempre os mesmos. Eles o irritavam. As pichações, nem tanto. Mas algumas vezes, elas caluniavam a amada de Matt.

"SAIAM DAQUI", "É O FIM", "DEMOS O FORA ANTES DELA CHEGAR". Essas enraiveciam Matt. Como ousavam falar isso dela se nunca a haviam visto? Por que não dar uma chance a ela? Matt estava confuso.

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Agora, Matt está sentado no topo da colina, encostado no salgueiro. Podia ver o crepúsculo no horizonte. Era tão simples e tão belo que Matt se perguntou o por quê dele nunca ter parado para observá-lo antes. Perguntou-se se ela iria gostar dele.

Estava ansioso. Ela chegaria a qualquer momento. O que Matt diria? O que ele faria? Não interessa. Pensaria nisso quando ela chegasse.

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Finalmente. Lá estava ela, se erguendo no horizonte.

Quando ela apareceu, assustou um pouco ele. Ela estava furiosa! Por que? Será que ela não gostou dele? Matt tremeu um pouco, mas se levantou.

Agora, ela tinha deixado sua fúria de lado, Tinha pensado melhor? Talvez. Talvez ela quisesse dar uma chance a Matt, a mesma chance que os habitantes daquela cidade se recusaram a dar a ela. Ela estava mais calma.

Estava indo na direção de Matt. Ele sentiu algo estranho quando viu a velocidade que ela se aproximava. Não era comum. Ele achava que ela estava apaixonada por ele. Óbvio! Única explicação!

Ela continuava vindo. Varria tudo que tentava por-se entre ela e ele. Estava perto.

Matt abriu os braços e sorriu. Estava pronto para ser abraçado por sua amada.

Quando se encostaram, foi o ápice da alegria de Matt. Estavam juntos finalmente.

Podia morrer agora mesmo, ele nem se importava. Ele estava feliz. Feliz naquele momento que mesmo tendo sido tão rápido, parecia durar a eternidade.


Inspirado no conto todas as perguntas que nunca tiveram resposta, por Thomas Hanauer.

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